Não-ficção

Honeymoon

O fim da gente foi um baque. Quase não consigo continuar quando penso nisso, porque eu te devastei por completo e você me minou de todas as maneiras possíveis. O fim da gente foi uma armadilha que nós mesmos criamos: eu te perdi pra mim mesma, cê me perdeu pra você mesmo.

Dia desses cê tava arrasado com a vida. Eu queria ter dito que eu sei como é, mas que eu ainda tô tentando me descobrir mais convidativa – e, por assim dizer, existe alguém dentro de mim que só quer te abraçar pra sempre, mas ainda não sabe como. E eu não quero fazer isso sobre mim.

Claro que não é sobre mim. É sobre o jeito que você dança e o seu corpo flui quase que sem vergonhas; é sobre o jeito que cê fuma um marlboro quando já bebeu um pouco, colocando o cigarro mais pro canto da boca e deixando a fumaça flutuar pra dentro de você; é sobre como as coisas te abalam e te devastam, e mesmo assim você não vai embora.

Eu entendo que nós nunca mais vamos ser aquelas pessoas de abril de 2015. A leveza daquela honeymoon ficou guardada intacta e é a memória mais vívida que eu tenho do que é estar completamente apaixonada por alguém e fugir com essa pessoa pra outro lugar. Eu gostei tanto de você que te embosquei so many times.

Tenho tentado abstrair todas as mágoas que habitam em mim. Tenho tentado parar de fingir e, de fato, não me importar com todo o resto. I find this handsome, kindness, funny and awesome man that you are.

(E eu sei que, nos últimos três anos, cê descobriu o pedaço que há de pior em mim. Não sei se realmente importa, porque eu quero pela última vez que isso aqui dê certo. Eu vou te oferecer o que há de mais bonito em mim, porque você não merece nada menor que isso.)

Não-ficção

Mais do que marlboros

Tento, instintivamente, fugir daquilo que me causa transtorno. Falho miseravelmente todas as vezes. Acho que tem alguma coisa a ver com o seu cheiro, e o jeito que cê me olha e sorri quando, por um milésimo de segundo, cê consegue esquecer do peso que te corrói todo o tempo.

Queria que no meio de todas as minhas músicas bad vibes, eu não estivesse ouvindo Mr. Brightside, arrancando as cascas de todas as feridas que estão longe de cicatrizar. Permaneço exposta, caída no chão, de um lado da rua paralelo ao seu. Parece que o tempo todo estamos em busca do carro que vai nos atropelar e ir embora, deixando pra trás somente o que restou das nossas almas cansadas.

Se te serve como algo, cê amaldiçoou o meu coração e ele permanece intacto, sendo seu. Nunca consegui realmente capturar os destroços do que sobrou. Não consigo mais pular desse barco, mesmo que ele esteja afundando há tempo demais. E te amo, mais do que amo marlboros. E te espero por alguma razão que ainda não sei definir.

And i just can’t look, it’s killing me and taking control.

Não-ficção

Amarelo mostarda

A gente brinca sobre casar, como se fosse uma brincadeira para mim e eu aceitasse perfeitamente ser largada no altar da nossa realidade, fazendo piadas sobre isso. Eu fico com azia e ignoro o assunto, porque o relógio continua girando e não há mais tempo para resgatar o que já foi. Permaneço dizendo isso. Continuo aqui – vendo o circo pegar fogo comigo dentro. I’m fine.

Naive continua tocando ao fundo, porque a arma que flecha meu coração é a mesma que o estraçalha. Cê consegue ver que me tornei meia pessoa? Essa força gigantesca que transparece é uma faixada pobre, aquela piscina cheia de ratos que cantaram por aí. Meu coração é amarelo mostarda e cê disse que ia cuidar dele direitinho, porra.

Não sei como começar essa conversa, porque todas as partes de mim estão raivosas e eu já não me reconheço. São 1h41 e eu estou bêbada, juntando os cacos dos copos que eu não quebrei. A posição é de alerta, em constante defesa, e eu peço desculpas pelas coisas que eu não tenho certeza e me sinto mal por todas aquelas que possuo.

Cabelos, Dicas

4 dicas para usar violeta genciana

Durante um período, tive umas amigas que brincavam muito comigo me chamando de rainha da descoloração. Para quem não sabe ou não me conhece, eu troco a cor do cabelo como quem troca de roupa e, automaticamente, passo por inúmeros processos de descoloração ou neutralização do tom.

Uma das minhas maiores aliadas nesses processos foi, sem sombras de dúvidas, a violeta genciana. Entre inúmeros produtos, esse líquido roxo que custa quatro reais nas farmácias, rotineiramente usado para curar aftas, quebrou e muito os meus galhos. Pra quem entende o básico sobre a pigmentação violeta em cima de cabelos amarelados, sabe como tonalizantes desse padrão costumam ser caros e, muitas vezes, inacessíveis. Pensando nisso, decidi compartilhar quatro dicas para usar a violeta genciana em casa, com função capilar, para que agrida menos os fios e faça menos sujeira.

1- Use Luvas
Parece uma dica óbvia, mas muita gente desiste da luva no último segundo e acaba ficando com a mão roxa por dias. As luvas são necessárias também para te poupar de uma reação alérgica na pele ou contato com alguma pelinha ou machucado ao redor das unhas.

2- Acetona limpa as manchas
Pigmentos de violeta, anilina, tonalizantes agarram com facilidade pelos cômodos utilizados na hora da coloração. Nas minhas inúmeras experiências, testei o poder da acetona sobre essas manchas e o resultado final foi uma exclusão total de tudo aquilo que não fazia parte da paleta de cores do ambiente antes. Ah, tira inclusive a mancha das suas mãos, caso cê tenha esquecido das luvas.

3- Deixe o vidro aberto por algumas horas
Um dos pontos mais debatidos sobre o produto, é que o mesmo contém álcool, o que acaba ressecando um pouco mais o cabelo. Deixar o vidro aberto permite que o álcool evapore e torne a violeta menos agressiva do que antes.

4- Use conta gotas
Nem todas as violetas gencianas encontradas tem conta gotas. Na hora de fazer a mistura do produto (com água, creme ou condicionador), é necessária uma dosagem pequena para que não chumbe os fios. É difícil ter esse controle e, para evitar desperdício de metade do vidro ou cabelos roxos no lugar de loiríssimos, use conta gotas.

Extras: Caso você dilua em creme ou condicionador, vale lembrar que a quantidade de gotas é pequena (máximo duas) e a tonalidade do creme deve estar lilás. Caso você dilua em água, a quantidade de gotas não tem necessidade de ultrapassar três, certificando-se de misturar em um pote que caiba bastante líquido. Outro ponto importante é que os fios devem estar amarelados e não alaranjados.

Não-ficção

Desabafos de quem não sabe beber vinho caro.

Aliás, nem precisa ser muito caro não.

Quero iniciar essa postagem pedindo desculpas desde já ao senhor meu pai, pessoa apreciadora de bons vinhos desde que me entendo por gente e que, sem explicações, não me transferiu geneticamente seu paladar sofisticado. De qualquer forma, vou contar como funcionou a minha trajetória com bebidas alcoólicas para que vocês entendam o que quero dizer.

Comecei a beber muito nova – o que hoje ainda considero ser – bebidas destiladas. Foi uma época cheia de “boom” de estilos – e sim, estou falando dos emocore, indiecore, from uk, etcs – e eu nunca fui muito de andar com pessoas mais centradas em seus afazeres de acordo com a idade que elas possuem. De qualquer maneira, o vinho não me foi apresentado de forma correta.

Quem já bebeu muito vinho de plástico na praça com os amigos sabe do que eu estou falando. Aliás, vinho não, porque a cantininha das trevas não chega nem a isso. Pasmem amigos, mas passei anos da minha existência deitando e rolando em garrafas de sangria.

Devido a isso, me parece que perdi o paladar para os tais vinhos saborosos que as pessoas adultas tanto gostam. Não só gostam, como te convidam para apreciar uma garrafa e, nesse ponto, como faz? Não sei tomar esse troço. Só consigo se tiver com um cigarro aceso, pra fazer o digestivo toda vez que vier esse gosto que parece uma esponja que suga a saliva da boca da gente.

Ninguém me chama pra tomar Martini, por exemplo. Falam que é bebida de moça, mas não me chamam pra tomar esse caralho. É drink de cocota, mas é gostoso pelo menos – e ainda vem com azeitoninha, amigos. Apesar disso, fui descobrindo uns vinhos mais tragáveis, tipo o Pérgola, 16 golpes por 1litro. Também dá pra citar o Dom Bosco, que deve custar no máximo uns 11 reais.

Agora que eu saí da fase beta da vida, não dou conta mais das bebidas trevosas de antigamente. Se duvidar eu não quero nem vinho, nem chope, mas fiquei curiosa com um tal de chopp de vinho que eu ouvi falar (se duvidar, encontrei a solução).

To do list

#01 To do list: Aproveitar mais meu tempo comigo mesma.

Pra esse segundo semestre do ano, decidi que precisava melhorar algumas coisas na minha vida, começando por me tratar melhor. Passei um bocado de tempo me auto sabotando e destruindo as minhas próprias novas possibilidades. Fui percebendo também que andei falhando em gozar mais da minha própria companhia – o que me rende um auto conhecimento maravilhoso e tempo para fazer somente o que eu quiser.

Nos últimos anos, minha vida social despencou muito, o que me trancafiou em casa e, sem que eu percebesse, construiu um ninho onde eu me aconchegasse tanto que não conseguisse mais sair. Me agarrei a tudo aquilo que tinha por perto e esqueci da melhor companhia de todos os tempos: a minha.

Fui morrendo devagar, porque não é necessário nenhuma grande tecnologia ou acesso a internet para que eu me conecte ao mais profundo de quem eu sou. Em fato, parei de fazê-lo no meio da confusão de quem eu me tornei. Por causa disso, hoje fiquei feliz quando tive planos cancelados que resultaram em uma casa vazia, porém cheia de mim. Escrevi um monte de coisas, enchi a barriga de comida, assisti séries e programei tudo aquilo que precisava ser feito por, pelo menos, os próximos dois dias.

Claro que nem todos os dias são fáceis e leves, muito pelo contrário. Tô tentando ir um passo de cada vez, pra não atropelar a carroça com essas mil partes que moram dentro de mim, ansiosas. Parece seguro dizer que estou um pouco mais perto do que é se gostar e se aceitar, sem se constranger com tudo o que você tem.

 

Dicas

3 bares para dar rolê

Fiquei pensando na minha vida social esses dias. Engraçado que quando estamos encurralados em casa, fica difícil mesmo sair pra dar um rolê e a melhor desculpa é que “não tem lugar para ir”. Provando para mim mesma que eu estou equivocada em relação a isso, decidi que me dedicaria a listar alguns lugares, vez ou outra, por aqui – aliás, somente locais em que já estive ou frequento. Agora não tem mais desculpas para ficar perdendo tempo no Krismara, não é mesmo?!

(Para conferir as páginas no facebook dos estabelecimentos, basta clicar no nome de cada bar listado)

1- Bar La Cucaracha

Apesar do nome sugerir uma temática mexicana, o bar traz um cardápio de petiscos deliciosos e outro de hamburgers artesanais montados com personalidade e muito carinho. Além disso, há uma vasta carta de cervejas artesanais, chopp Mr Tugas e até a popular Brahma litrão por $7,90. O La Cucaracha é um ambiente espaçoso, com área externa, de fácil acesso (tanto de ônibus quanto de carro) e que também funciona produzindo eventos fechados = como shows e outras festas. Bora rachar a cuca por lá?

Endereço: Av. Pedro Henrique Krambeck, 1399 – São Pedro
Pontos de Referência: Próximo ao German e ao Bahamas
Ônibus que passam em frente ao local: 532, 549, 530, 541.

2- Bar do Edinho

Com o maior clima de serra, riacho com girinos e luz de velas em todas as mesas, o Bar do Edinho ganhou meu coração na primeira ida. Além de música ao vivo e diferentes tipos de bebidas, o local também traz um cardápio com porções bem botequeiras – a melhor bolinha de queijo que essa cidade já viu. Apesar de ficar em um bairro um pouco afastado, ainda é super tranquilo de chegar (tanto de carro quanto de ônibus) e vale o rolê.

Endereço: Rua Geraldo Mayrink, 188 – Bairro Santos Dumont
Ônibus que passam em frente ao local:
534 e 539.

3- Rise Together

Localizado no coração dos bares de Juiz de Fora (vulgo São Mateus), além de estúdio de gravações e produção musical, o Rise Together é também um bar. O local conta com móveis feitos de pallet, em uma decoração super rústica e a programação contém caipirinhas de 450ml por 4 reais nas quintas feiras – no horário de 20h até 00h. O cardápio vai de fatias de pizza até porções bem gostosas com um precinho bem nice. É um bar de fácil acesso, área externa para fumantes e bons rolês. Vamos todos ascender juntos?

Endereço: Av. Itamar Franco, 2495 – São Mateus
Pontos de referência: Próximo ao colégio Fernando Lobo.
Ônibus que passam em frente ao local: 521, 522, 532, 560, 549.

feminismo

Moça, seu dedo não está podre. A barraca de frutas inteira é que está.

É engraçado falar sobre isso, porque o meu público de leitores é, por alguma razão, majoritariamente masculino. Mesmo assim, resolvi aproveitar o gancho da repercussão midiática referente ao Rodrigo Hilbert para falar sobre esse assunto. Nos últimos tempos, esse moço que lhes foi citado anteriormente, tem feito bastante sucesso na internet com as mulheres devido as suas atitudes. Por exemplo, até onde sabemos ele é um bom marido, um pai presente que constrói casa na árvore para os filhos, é bem sucedido profissionalmente, cozinha, ajuda nas atividades domésticas de casa, em resumo é um homão da porra.

Ao mesmo tempo em que sua popularidade com as mulheres só aumenta, com os homens você encontra hashtags e declarações que dizem que não há como competir com Rodrigo Hilbert e que, por isso, precisamos pará-lo. Será mesmo que precisamos? De repente aparece um homem que não faz NADA além de sua obrigação como pai, companheiro e profissional, mas que por fazer o básico se tornou uma ameaça modelo para os outros homens. O machismo embutido em “precisamos pará-lo” se tornou cada vez mais nítido para mim.

Nós mulheres reproduzimos frequentemente a frase de que temos dedo podre cada vez que nos envolvemos com um cara que parecia ser nice, embora não fosse realmente. Mas será possível eu, você e todas as nossas amigas terem esse mesmo problema? Se você analisar bem e entender que esse é um problema geral, fica claro que a questão não é o nosso dedo podre, mas sim a barraca inteira de frutas estragadas.

É complicado para nós, mas, principalmente para os homens, reconhecer que há uma enorme falha no modelo patriarca. É culpa do sistema sim, mas também é culpa de todos os homens que enxergam um cara nice como uma ameaça, ao invés de simplesmente melhorarem como seres humanos. Em pleno século vinte e um, afirmo com total certeza que ego de homem é mais frágil do que um bebê recém nascido.

Fugindo da ponte do machismo, se utilizarmos o termo bom senso para que um homem trate uma mulher bem, seja um bom companheiro, um pai presente e ainda seja um bom profissional, não é difícil ver que isso também está em falta. Entendo perfeitamente que a ponte do machismo ofende, porque ninguém quer admitir que se sente superior de alguma forma a uma mulher. É tudo muito velado nos dias atuais – tão velado que se esconde atrás de argumentos como a gentileza ou que essa é a função do homem. Por isso termino esse texto com a seguinte pergunta: a função do homem é realmente afastar as mulheres com as suas atitudes babacas ou se tornar um ser humano melhor, que evolui dia após dia, sem querer interromper  quem o faz?

Não-ficção

06/2017

Fumei um baseado para anestesiar a alma das perdas do passado. Abracei por muito tempo certas dores, fui sugada até o último segundo por elas. A falta que você faz está em todos os cômodos dos caminhos que passo, embora nesse momento eu carregue a certeza de que há coisas que já não podem ser mais.

O fim da gente foi um baque. Queria que você tivesse sido mais honesto, porque tentar me poupar foi falho e me minou de maneiras que não consigo descrever aqui. Não quero que cê se sinta ferido por mim e pelas coisas que escrevo. Queria ter encontrado outra maneira de colocar um término das coisas no mais profundo de mim, mas escrever é quem eu sou.

Sinto muito pelas coisas ruins terem se tornado mais pesadas e constantes do que as boas. Não quis te sobrecarregar com as minhas expectativas voluptuosas que sentam nos ombros da gente e não saem nunca mais. No fim das contas, a gente se despediu num momento cheio de situações impactantes e, a sensação que ficou, foi de que meu carro bateu. Bati. Train wreck.

Fico repetindo o meu clichê brega de sempre, que até uva passa. Em parte, porque sei que vai; Em outra, porque torço para que sim. Ainda estou tentando me desprender das sensações de massacrada e traída – ou talvez nem tanto. Cê quebrou uma das minhas partes mais bonitas, mas me ajudou a dar a luz a minha favorita.

Perdi as forças e não consigo mais ficar pulando de um fundo do poço para outro, sem nunca encontrar a saída. Não quis chacoalhar nenhuma caixa superlotada de fantasmas do passado. Is empty without you. Sobrou essa casa cheia de pacotes com as coisas que ficaram para trás, não ditas. Sobrou também um cartão que dizia que o fim da gente não era o fim do amor.

maternidade

“na criação do meu filho eu vou fazer diferente”: expectativa X realidade

É engraçado esse papo, porque ter filho parece ser a coisa mais revolucionária do universo e você quer pegar todas as suas ideias eco sustentáveis legais pra caralho e aplicar na vida daquele ser humaninho virgem de tudo. Lembro dos planos que tive com o pai da minha filha sobre não querer que Nina assistisse televisão ou mexesse em nossos celulares; ou bater o pé firme dizendo que ninguém tiraria fotos sem necessidade e, principalmente, sem a nossa permissão. Na prática é bem mais difícil.

É pesadíssimo combater uma sociedade inteira, porque uma criança não pode ser criada somente pelos seus pais. Quando me dei conta, me rendi tanto a Galinha Pintadinha que é isso o que me pego cantando mentalmente nos meus momentos de descanso. Não dá pra esconder o seu filho dos perigos do mundo, dos vícios da tecnologia, de todas as comidas gostosas que não fazem tão bem assim; Nem se culpar por descobrir que instinto materno não existe e que certas coisas a gente só aprende fazendo.

montagem

Amamentar é o cão chupando manga e fraldas de pano são um plano a longo prazo que nem sempre funciona pra você. Licença maternidade dura 120 dias, que passam voando e quando acaba, sua cria ainda é um bebê. Não dá pra não contar com a ajuda dos outros – em fato, é necessário que você o faça -, tão pouco se desesperar por passar oito horas no trabalho e digerir isso como uma eternidade. Cê tá fazendo o que pode.

Muita coisa não é dita quando se recebe a notícia de que um filho está a caminho. Os constrangimentos e machismos da gestação eu deixo para outra ocasião, nesse momento, só os aprendizados rotineiros de criação é que serão citados. Dessa lista enorme de coisas que mudaram – admito que nasci de novo e me tornei outra mulher completamente diferente do que já fui -, a principal delas foi descobrir que dois segundos depois tem outra coisa nova. Minha filha descobre o mundo um pouquinho mais a cada minuto e eu a descubro junto.

Criar um ser humano não é essa coisa com sete cabeças, mas talvez tenha umas cinco.